É um hotel com história, nascido de uma quinta madeirense do século XIX e que tem sabido adaptar-se aos tempos
Na encosta oeste da cidade do Funchal, há uma zona conhecida por Avista Navios. Foi buscar o nome ao panorama que permite ter para a baía, sendo um lugar a partir de onde se podia e ainda pode, controlar o movimento no Porto do Funchal.
É aí que vamos encontrar a Quinta da Bela Vista, propriedade do século XIX, que se estende por dois hectares, rodeados pela malha urbana da cidade. É um oásis, transformado em hotel no final da década de 1990, primeiro com um edifício, depois com outra nova ala e também com a adaptação da casa mãe da quinta, que data de 1844.
Os jardins dominam, cheios de pequenos caminhos, calcetados a calhau rolado preto e branco, que reproduz padrões, tão ao gosto das casas madeirenses do século XIX. Existem também alamedas ladeadas de árvores com muitos anos de história. E há um silêncio que tranquiliza, apesar da cidade.
E não faltam recantos no jardim, ou salas de estar no espaço interior dos edifícios, desde a chamada sala de estar, no edifício principal, a pequenos espaços onde reina a tranquilidade para ler um livro, ou ter uma conversa. E há também uma sala de jogos, com bilhar e diversos jogos de tabuleiro.
O ambiente da Quinta da Bela Vista é clássico, reforçado pelo mobiliário de estilo inglês, que também fazia a decoração das quintas madeirenses do século XIX. Neste caso o antigo proprietário da quinta o médico Roberto Monteiro, colecionava móveis, que foi expondo, para uso, nos quartos e zonas públicas. O hotel continua na família, que mantém o estilo e as características, introduzindo sempre modernizações.
Junto à estrada, com vista para a baía do Funchal, a casinha dos prazeres é o bar e um dos locais com mais alma do hotel. Fica junto à piscina e ao ginásio e perto da casa mãe. Tem uma esplanada de onde se vê o Funchal e o bar está aberto até à meia-noite.
Além de bebidas, que incluem vinhos da Madeira e cocktails, apresenta uma carta de refeições, para não falar do chá da tarde, com bolos e scones e uma série de infusões à escolha. No piso superior, uma sala de estar com vidros coloridos, parece transportar para outra época.
O Avista Navios é o restaurante principal do hotel, onde o pequeno-almoço é servido. Um buffet variado e uma carta de ovos e pratos quentes fazem a oferta.
Aqui é também servido o jantar. Todos os dias há um menu fixo com entrada, prato de peixe, carne e sobremesa. A ementa varia de entre um conjunto de 14 menus que se repetem de duas em duas semanas, garantindo diversidade para as estadas mais longas.
A casa mãe ostenta, no chão, junto à pesada porta de madeira, a inscrição 1844, ano da fundação da Quinta da Bela Vista. É uma das poucas casas mãe das quintas da Madeira que, tendo sido transformada em hotel, mantém o traço arquitetónico original. O interior foi adaptado para acolher quartos modernos e instalações adequadas aos dias de hoje. Mas a estrutura mantém-se.
Outra curiosidade é que tem um estilo arquitetónico que difere das chamadas quintas mais inglesas, o edifício é mais prismático. Apesar disso, quando era morada de famílias, a quinta adaptou-se também ao estilo inglês.
É na casa mãe que funciona o restaurante Manor House, um clássico à la carte, que apresenta uma carta com inspiração mediterrânica e uma carta de vinhos portugueses, além de champanhe.
Na sala de estar, mesmo ao lado da sala de jantar, um fogo crepita na lareira nas noites de inverno. É possível pedir uma bebida e deixar-se embalar pelo calor do fogo.
belavistamadeira.com