75 anos de folclore

O Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha é um dos embaixadores da Madeira na Mundo, levando as cores do traje típico aos quatro cantos do planeta

Em 1948 a freguesia da Camacha via nascer um grupo folclórico na Casa do Povo. Tinha, na altura, o sonho de representar Portugal no Concurso Internacional de Danças de Madrid, em Espanha.

O etnógrafo Carlos Maria dos Santos foi o primeiro diretor artístico do agrupamento, responsável por um trabalho exaustivo de pesquisa, de lés-a-lés, no Arquipélago da Madeira, sobre músicas, danças, trajes e costumes.

Graças à grande afluência e paixão dos elementos que integraram o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, a sua atividade é ininterrupta, o que o torna o mais antigo grupo em atividade na Região.

Embora com uma idade já avançada, afinal são já 75 anos de história, a essência mantém-se jovem, cheia de vitalidade e com vontade de continuar a levar as raízes do folclore mais além.

As músicas e danças representadas pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha remontam ao século XIX e ao início do século XX. Não obstante, evocam reminiscências que atravessam o século XV e perfuram a própria colonização da ilha.

Ao longo destes anos, o grupo já pisou todo o território português e levou o nome da Madeira à Europa, América do Norte e do Sul, África, Médio Oriente, Ásia e Oceânia.
A efervescência, a promoção da identidade e o empenho em manter o Folclore vivo e de boa saúde não passa despercebido ao olhar das mais altas Entidades. O Grupo Folclórico foi distinguido pela defesa da Cultura Popular pelo Governo Regional da Madeira, pela Secretaria Regional do Turismo e pelo Município de Santa Cruz.

Apesar destes reconhecimentos, este grupo com alma mantém no peito, ano após ano, a missão de recolher, preservar e divulgar o património imaterial da Ilha, um trabalho que nunca acaba.

A história do grupo interessou a artista Georgina Abreu, cujo olhar resultou numa exposição evocativa, que esteve patente na Casa da Cultura de Santa Cruz.

A artista pretendeu captar a dialética entre o traje tradicional (que é a referência de traje típico da Madeira) e as magníficas paisagens da ilha. O trabalho desenrolou-se entre 2020 2 2023 e teve como suportes o papel e o tecido.