Um cais com 200 anos

Um dos ícones da paisagem da Ponta do Sol é o cais, que reabriu ao público depois de obras de recuperação.

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No prolongamento da avenida marginal, na Ponta do Sol, o cais convida a uma visita. Foi edificado há quase 200 anos, mas quem por ali passar, por estes dias, julga tratar-se de uma construção nova. Isto porque a estrutura passou por obras de requalificação e recuperação, que respeitaram o aspeto original.


A construção do cais resulta de uma iniciativa da Câmara da Ponta do Sol, em 1848, para facilitar o movimento de mercadorias e de passageiros. Nessa altura a via marítima era a principal forma de ligação entre localidades na Madeira e a existência de um cais era considerada uma prioridade na vila.

O Cais do Fojo, como era conhecido, resulta de um projeto da autoria do engenheiro Tibério Augusto Blanc, responsável por outros projetos importantes na Madeira. A obra teve o apoio financeiro do duque Maximiliano de Leuchtenberg, que em 1850, durante uma visita à Ponta do Sol, decidiu ajudar. Por causa disso o cais chegou a ter, durante alguns anos, o nome do aristocrata.

No final do século XIX este cais era o porto secundário mais importante da Madeira movimentando 8 mil toneladas de produtos e milhares de passageiros anualmente.

Desde o início do povoamento da Madeira, no século XV, a Ponta do Sol afirmou-se sempre como uma zona de forte produção agrícola, graças ao clima ameno. Inicialmente com a cana-de-açúcar, depois com o vinho e durante o século XIX de novo com a cana-de-de-açúcar que viveu um segundo ciclo, importante para a economia da ilha.

Na escarpa sobranceira, chegou a existir uma prisão escavada na rocha, diante da qual foi construída a casa da guarda.

O Cais da Ponta do Sol é dominado por um grande arco em basalto e a beleza advém do seu enquadramento na paisagem. O acesso é livre, sendo mesmo um dos locais mais procurados para lazer, na vila da Ponta do Sol.

 

Artigo originalmente escrito em fevereiro de 2020. (edição nº. 78 fevereiro/março)