Quem transpõe a porta giratória do Belmond Reid’s Palace sabe que está a entrar num clássico… mas o hotel mantém-se jovial, como se tivesse acabado de abrir.
São poucas as manhãs em que o sol não cumprimenta a sala onde é servido o pequeno-almoço do Belmond Reid’s Palace. O espaço foi construído de frente para a luz da manhã e para a baía do Funchal. É uma forma única de começar o dia e um dos mais curiosos recantos de um hotel que ao fim de 125 anos mantém o espírito com que, em 1891, abriu portas ao Mundo.
A fruta fresca com sabor tropical, as opções de ovos à la carte, o espumante, o sumo de laranja natural, ou o cheiro a café fresco fazem lembrar férias. A luz matinal é um sinal do clima ameno que abençoa a Madeira. O hotel foi pensado para tirar partido dessa condição encaixado numa posição privilegiada, numa suave colina no extremo oeste da baía, voltado para o mar.
Diz a História, com um pouco de lenda à mistura, que o fundador, William Reid, sonhou com o hotel nesta localização. Qualquer que seja a verdade o arquiteto George Somers Clarke fez o resto e deu corpo ao Reid’s New Hotel, que inaugurou uma nova fase no turismo da Madeira, em que os visitantes passaram a deslocar-se por lazer e não apenas para cura de doenças, como até então.
O tempo fez o resto. A belle époque, os loucos anos 20, o glamour dos anos 60… A fama cresceu e espalhou-se. A reputação do Reid’s foi construída em torno da estadia de figuras célebres, que também tomaram o pequeno-almoço contemplando a luz da manhã, no Funchal.
Mais do que relembrar essas figuras (Winston Churchill é apenas o mais recorrente exemplo), sempre me perguntei por que razão as pessoas continuam a voltar? Por que é que a percentagem de hóspedes que regressa é superior a 50%? Há quem tenha começado a visitar o Reid’s como neto e continue a aqui ficar já avô.
O segredo, se é que existe, está nas pessoas. Na capacidade que houve ao longo das décadas, para fazer do hotel uma segunda casa, para contribuir para que quaisquer preocupações fiquem à porta, para que a hospitalidade seja um facto.
As pessoas souberam trazer o hotel através de todo o século XX e mantê-lo atual no século XXI: seja na aposta arrojada do restaurante de assinatura William, que tem o nome do fundador do Reid’s; ou nas flores frescas que aromatizam os quartos; ou na constante renovação de espaços, propostas de entretenimento, ou na simples introdução da mais moderna tecnologia associada ao conforto.
O clássico é aqui atual, perene, não passa de moda. As pessoas são o foco de toda a operação. O cliente é um membro da família, objeto de todo o carinho e atenção. É tudo isto e muito mais que tornam o hoje denominado Belmond Reid’s Palace um hotel que parece acabado de abrir, apesar de ser um clássico com 125 anos. É um hotel que não vive só de História, apesar de ser parte dela.
O aniversário é assinalado em dois momentos. A 31 de outubro, com um Dinner Dance especial onde são propostas danças de salão, na sala de jantar e cocktail, expoente máximo da tradição histórica do Reid’s. O segundo momento acontece a 1 de novembro às 18:00 horas através de um concerto da centenária Orquestra de Bandolins e de um cocktail de aniversário.