Museu de Imprensa da Madeira

O museu tem uma exposição temporário dedicada ao "Assalto ao Santa Maria".

  
Museu imprensa
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Um dos mais recentes museus da Madeira está aberto ao público na cidade de Câmara de Lobos. Trata-se do Museu de Imprensa da Madeira, onde através de vários equipamentos e jornais de diferentes épocas é possível reconstruir a história da imprensa na Madeira, numa área de 2 mil metros quadrados.
Alguns dos títulos mais antigos da imprensa portuguesa foram publicados na Madeira. A partir do século XIX foram muitos os jornais que surgiram no panorama regional, seguindo várias tendências políticas e momentos da História.
 
Este espaço funciona em articulação com o Museu de Imprensa Nacional, através do qual chegam exposições temporárias.
A actual exposição aborda um dos acontecimentos mais marcantes da luta contra a ditadura que governou Portugal entre 1926 e 1974. Trata-se do assalto ao navio Santa Maria, retratado pela comunicação social.
A exposição reúne dezenas de exemplares da imprensa nacional e internacional. Através da cobertura da Life, Time ou Paris Match foi possível seguir esta odisseia que impressionou a opinião pública mundial durante duas semanas. O caso suscitou múltiplas manchetes até à entrega do navio a 3 de fevereiro de 1961, no norte do Brasil. A exposição reúne também imagens televisivas da época, incluindo a chegada do navio a Lisboa após a rendição dos revoltosos.
 
O paquete de luxo Santa Maria, que várias vezes ancorou no Funchal, transportava cerca de mil pessoas depois de deixar Caracas, na Venezuela, quando foi tomado por 25 rebeldes comandados por Henrique Galvão, na madrugada de 22 de Janeiro de 1961. Este dissidente da ditadura encontrava-se exilado na Venezuela. O assalto ao paquete foi uma forma de chamar a atenção da opinião pública internacional para o problema da ditadura em Portugal.
O desvio do Santa Maria é considerado um dos mais duros golpes aplicados à ditadura que vigorava em Portugal, devido ao impacto que teve na opinião pública internacional. Este episódio da história contemporânea de Portugal, que teve uma grande cobertura jornalística, mobilizou meios nunca utilizados até aquela altura, como o uso de para-quedas por jornalistas do Paris-Match, internacionalizando a luta dos opositores à ditadura de Salazar.
Esta exposição foi uma forma de assinalar os 40 anos do fim da ditadura em Portugal, que se assinala no dia 25 de Abril de 1974.