A Quinta da Serra é um pequeno hotel, rodeado de jardins e de uma propriedade agrícola onde a aposta é nos produtos biológicos.
Encaixada num vale, a mais de 800 metros de altitude, a Quinta do Jardim da Serra já foi a maior propriedade da Madeira. Ainda hoje tem uma dimensão considerável à escala da Madeira, com cerca de 140 hectares, na maioria dedicados à produção agrícola. A restante área é ocupada por uns fabulosos jardins que rodeiam o hotel Quinta da Serra, uma pequena unidade de 5 estrelas, que reúne uma casa do século XIX e um edifício contemporâneo, num total de 53 quartos e suites.
A construção da casa e a organização da propriedade remontam ao início do século XIX e são obra de Henry Veitch, cônsul inglês na Madeira entre 1809 e 1836, e uma das personagens mais marcantes da história da ilha nesse tempo.
Num recanto escondido da quinta existe mesmo um túmulo, cuja inscrição indica tratar-se da sepultura do cônsul, uma situação que em 1857, quando faleceu, não era permitida, mas que num certo sentido mostra a irreverência e espírito invulgar da família.
Desse tempo resta a casa, que sofreu adaptações para acolher áreas públicas e as três suites principais do hotel: Napoleão, Josephine e Veitch. São suites com uma decoração ao estilo clássico, com vista para os jardins, onde não falta o conforto de uma lareira ou de uma banheira de hidromassagem.
Os nomes das suites Napoleão e Josephine estão relacionados com outro episódio marcante da vida de Henry Veitch. Quando o imperador francês derrotado, Napoleão Bonaparte, foi condenado ao exílio na ilha de Santa Helena, o Funchal foi um dos portos de escala e Veitch, contrariando as ordens do governo britânico, não só foi a bordo cumprimentar Bonaparte, como se lhe dirigiu como Imperador e não general, facto que lhe valeu uma severa punição pelas autoridades britânicas.
A casa está rodeada por jardins com flores e sebes, ideais para um passeio no Verão, ou para observar as folhas que caem das árvores centenárias, no Inverno. A quinta detém mesmo o recorde do maior eucalipto registado na Madeira, com 64 metros de altura e 10 de diâmetro.
Parte dos jardins funde-se com árvores de fruto, de várias espécies, que garantem uma produção de fruta da época em todas as épocas do ano, desde cerejas a ameixas, passando por uvas para produção de vinho e muito mais.
A produção agrícola é uma aposta e um conceito da Quinta da Serra. Os produtos são servidos no restaurante Greenvalley, onde o consagrado Chef Yves Gautier concebeu uma carta utilizando produtos com uma forte ligação à terra, confeccionados com as mais rigorosas técnicas da alta cozinha. Trata-se de um olhar contemporâneo aos produtos tradicionais e a outros produtos que, não tendo tradição, se dão bem nos solos férteis da quinta.
Um bom exemplo deste conceito é o pequeno-almoço, em que a fruta é de época e sempre fresca, onde os sumos são naturais, as compotas caseiras e o iogurte também de produção própria.
Mas os legumes das ementas também são de produção local, ou a imensa variedade de ervas aromáticas que Yves Gautier usa abundantemente na sua cozinha. A quinta está em pleno processo de certificação biológica da produção, o que dá corpo ao conceito gastronómico que o Chef interpreta com o talento habitual, seja num pesto de nozes que aromatiza uma sopa de legumes, ou no Vinho Madeira que aromatiza o azeite servido no couvert, ou nas ervas que potenciam o sabor num carpaccio de polvo ou numa reinterpretação do tradicional peixe-espada com banana. Toda a carta é uma viagem por um bouquet de aromas e sabores que fazem de uma refeição no Greenvaley um verdadeiro desafio aos sentidos.
O hotel foi pensado para o descanso e para o contacto com a Natureza. Em redor da quinta existem miradouros e trilhos que ajudam a conhecer a Madeira. Mas o próprio hotel está pensado para que as preocupações fiquem à porta e para que o conforto seja uma realidade.
Sendo o clima da serra um pouco mais rigoroso do que a amenidade do Funchal, é um espaço fresco no Verão e quente no Inverno. Um exemplo é a piscina aquecida, coberta por um telhado de vidro, onde se pode, por exemplo, nadar à chuva, num dia romântico do Outono madeirense. A complementar o bem-estar há também o jacúzi, ou o Spa, ou ainda o ginásio com vista para os jardins.
E como apesar de ser um hotel fora dos centros urbanos, ninguém quer ficar isolado do Mundo, a Quinta da Serra dispõe de Internet Wi-Fi em todas as áreas do hotel, além de um serviço de transporte para o Funchal, que fica a cerca de 45 minutos