Calheta, the place to be!

O número de estrangeiros que escolhe a Calheta para viver tem vindo a aumentar, atraídos pelo sol e pelo mar.

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A Calheta tem vindo a afirmar-se com um importante polo turístico na Madeira. Para além de ser palco da abertura de várias unidades turísticas, sobretudo de alojamento local, tem sido o sítio escolhido por grande parte dos estrangeiros residentes na ilha.

Em 2013, segundo as estatísticas demográficas, viviam legalmente 347 estrangeiros nas várias freguesias da Calheta, 187 do sexo masculino e 160 do sexo feminino. Um número que tem vindo a aumentar, neste concelho do oeste da ilha, cuja população residente ronda as 11 mil pessoas.

O melhor exemplo desta nova realidade é o sítio do Pombal, na freguesia do Arco da Calheta, onde a maior parte dos residentes não tem nacionalidade portuguesa. As razões para, cada vez mais, estrangeiros terem optado por fazer da Calheta a sua casa variam tanto como as histórias de vida de cada pessoa com quem a Essential falou.
David e Beatrice Brosky viviam em França antes de descobrirem a Madeira. Foi a combinação entre o mar e a montanha e a hospitalidade das pessoas que os fizeram optar por aqui viver. Já tinham vindo de férias, mas com a chegada da idade da reforma, viram na Calheta o local indicado para viver.

A segurança, o custo de vida, as facilidades de acesso, a natureza, o sossego, necessário para aqueles que trabalham uma vida inteira, estão também entre as razões apontadas, para além do clima claro!

Essa foi a principal razão para o britânico Noel Hayes, que após uma pesquisa por vários territórios, viu que a “Madeira tem o melhor clima do Mundo” quando a comparação é feita com base na variação anual da temperatura. Após algumas visitas, em férias, decidiu que queria viver aqui: “Na Inglaterra diz-se que as três coisas mais importantes, quando estamos à procura de casa são a localização, a localização e a localização”. Foi aí que olhou para a sua casa actual e pensou: “é que eu quero estar”.

Apesar de alguns dos estrangeiros permanecerem durante todo o ano, existem outros que são apenas residentes ocasionais. É o caso do suíço Jean-Claude Bailly e da sua mulher. Já reformados, passam metade do ano na região e a outra metade no seu país natal. Durante o inverno, fogem da “muita neve e gelo”, que podem originar quedas, ao tornar os pisos mais escorregadios.

Jean apaixonou-se pela Madeira em 1968, durante a sua primeira passagem ao serviço de um navio suíço. Com o aproximar da idade da reforma, lembrou-se da tal ilha no Atlântico e acabou por se mudar em 2005. O casal equacionou ainda o Algarve e as ilhas espanholas das Canárias mas o clima da Madeira, e o facto de existir duas vezes por semana um voo direto para Zurique, ajudaram a tomar a decisão.

Queriam um local que “tivesse sol e uma boa temperatura”. Alugaram casas no Jardim do Mar, na Fajã da Ovelha e no Arco da Calheta, voltando em anos consecutivos, reunindo informação suficiente para fazerem a escolha mais acertada. Foi um longo processo mas queriam “ter a certeza que esta seria” a melhor opção. Optaram pela zona do Pombal e daí fizeram a sua residência durante os últimos quatro anos.

O sector imobiliário tem ganho uma grande expressão na economia da Calheta. A procura tem tido reflexos no mercado imobiliário com a recuperação de casas antigas em franco crescimento. Cada vez mais a autarquia recebe pedidos de licenças para recuperação de imóveis.

Também ao nível da hotelaria existe uma grande aposta no concelho. Actualmente a oferta de camas situa-se nas 2.068, onde 926 referem-se a unidades hoteleiras, 90 de turismo rural e 1.052 de alojamento local. No total são 215 o número de estabelecimentos de alojamento local, dispersos entre as freguesias da Calheta, Prazeres, Fajã da Ovelha, Estreito da Calheta, Arco da Calheta, Ponta do Pargo, Paul do Mar e Jardim do Mar.

Exemplo desta aposta é a abertura do hotel Saccharum no passado mês de Abril e da moradia “Casa Velha do Arco”.

A Câmara Municipal da Calheta começa a notar uma “crescente dinâmica no sector do turismo com as tipologias de alojamento local, casas de campo e agro turismo”. Os benefícios destas férias em cariz personalizado ajudam no crescimento da “economia e para o comércio” local.

Segundo a autarquia, o sector imobiliário revela-se como um factor “determinante de afirmação e pujança da economia da Calheta”, revelando que existe a preocupação em acompanhar de perto todos os potenciais investidores no município.

Com base no aumento de estrangeiros no concelho, a escola secundária local disponibiliza o ensino de português em horário pós-laboral. Há também a tentativa de aproximar os cidadãos estrangeiros da população local através da dinamização de acções de voluntariado junto dos mais jovens.

Os problemas de comunicação entre a maior parte do estrangeiros e a população local não se põem. Jean-Claude Bailly afirma que as pessoas são acessíveis e que “há sempre alguém que fale francês ou inglês”. O português ainda não é uma é uma preocupação para o casal suíço. Já David Brosky revela que, apesar do inglês ser a sua língua-mãe, abdica quase por completo quando está na sua zona de residência: “eu não falo muito em inglês; eu tento falar em português”.

Seja pelo sossego, pela natureza ou pelo clima, a Calheta continua a ser um local privilegiado na região, apetecível para viver ou até para umas férias prolongadas.