A edição de 2017 do Funchal Jazz Festival aposta num programa variado, em que jovens revelações juntam-se a nomes firmados.
O palco do Parque de Santa Catarina recebe, entre os dias 13 e 15 de julho, mais uma edição do Funchal Jazz Festival, um evento que “pretende ser uma mostra do melhor jazz praticado hoje”. As palavras são do diretor artístico, Paulo Barbosa.
No ano transato o Parque de Santa Catarina recebeu cerca de 6.500 espectadores durante os três dias do evento. A expetativa deste ano é, pelo menos, de manter os mesmos números, revela o diretor artístico. A esperança de Paulo Barbosa assenta na crença de que “as pessoas não vão querer perder a oportunidade de ver ao vivo vários dos mais conceituados músicos da atualidade”.
Do programa, prefere destacar o seu todo em vez de individualizar. A razão é simples. “Uma das apostas mais fortes desta organização é a de tentar apresentar sempre uma programação globalmente válida e recheada de diferentes tipos de valores, não havendo este ano um único nome no cartaz que não diga nada a quem quer que seja que se interesse minimamente por jazz”, explica.
Em 2017, jovens revelações juntam-se a nomes firmados do género musical nascido em Nova Orleães no final do século XIX. A noite de quinta-feira, a primeira do festival, mostra bem esta aposta. Se por um lado temos a juventude de João Barradas, a atuar com o seu grupo (João Barradas Directions) e com o saxofonista Greg Osby, noutro temos os Saxophone Summit de Joe Lovano (sax tenor), David Liebman (sax soprano), Phil Markowitz (piano), Canil McBee (contrabaixo), Billy Hart (bateria) e do mesmo Greg Osby (sax alto), com uma carreira já de provas dadas.
Com base na experiência, temos ainda o caso de Charles Lloyd, que atua no dia 15 de julho com o seu quarteto. “Do alto dos seus 79 anos de idade, só num mesmo dia, ganhou os títulos de Tenor Saxophonist of the Year e Midsize Ensemble of the Year”, pela Jazz Journalist Association, afirma Paulo Barbosa, mostrando que a genialidade não escolhe idades.
No primeiro concerto do dia 15 de julho, o Trio de Bill Frisell (guitarra), com Tony Scherr (baixo elétrico) e Kenny Wollesen (bateria), abrem o último dia do festival.
No dia anterior há mais dois concertos. O primeiro de Rudy Royston OriOn triO que junta o saxofonista tenor & soprano Jon Irabagon, o contrabaixista Yasushi Nakamura e o baterista Rudy Royston, que em 2013 chegou a ficar em 3.º lugar na lista de “Rising Star Drums do critics poll da revista DownBeat”.
Depois é a vez de Kurt Rosenwinkel Caipi Band subir ao palco do Parque de Santa Catarina, Kurt que é um dos guitarristas “mais influentes das últimas duas décadas”. Em todas as noites, o primeiro concerto inicia-se pelas 21:30 horas e o segundo pelas 23:00 horas.
Para além dos artistas, a novidade deste ano encontra-se na área pedagógica, algo inédito em relação às edições anteriores do Funchal Jazz Festival. Há um workshop, dirigido por um grupo de músicos americanos, e duas palestras: uma pelo crítico lisboeta Leonel Santos, que abordará a temática sobre a essência e os conflitos internos do próprio jazz, e outra pelo investigador madeirense Vitor Sardinha, que falará sobre a história do género musical na Madeira.
Como é habitual, logo após os concertos no Parque de Santa Catarina, o jazz continua nas Jam Sessions no Scat, com Alexandre Coelho Quarteto. O grupo formado por João Mortágua (sax alto & soprano), Gonçalo Moreira (piano), João Cação (contrabaixo) e Alexandre Coelho (bateria), tem sido, nos últimos tempos, “alvo de uma ascensão meteórica no cenário do jazz nacional”.
O Scat é também palco do espetáculo de apresentação do festival, a 8 de julho, com o Madeira Jazz Collective & Vânia Fernandes, “a mais premiada cantora madeirense”.
Entre os dias 10 e 14 de julho ao fim da tarde a Avenida Arriaga é palco para a atuação de cinco combos e da orquestra de jazz do Conservatório Escola das Artes da Madeira.