Alvo de melhoramentos, o Complexo Balnear da Barreirinha tem uma ligação especial com a zona mais antiga da capital madeirense.
Quando ir a banhos era ainda uma ideia excêntrica, criticada por muitos e praticada por poucos, a Barreirinha já era um ponto de referência.
A pequena praia, na zona leste da baia do Funchal, perto da Fortaleza de Santiago, viu o seu acesso facilitado pela Câmara do Funchal, em 1939, abrindo caminho para um complexo balnear que acaba de sofrer melhoramentos.
As obras levadas a cabo nos últimos meses serviram para melhorar o piso do solário e as acessibilidades ao mar, criar um centro azul, destinado à educação ambiental, e preparar a nova época balnear com um novo elevador. Com estes trabalhos o complexo fica, também, agora dotado de novas instalações balneárias. Ainda este ano, a Barreirinha conta com outra novidade: o galardão “Praia Acessível – Praia para todos!”, um programa que certifica o complexo na vertente das condições de acessibilidade e serviços.
A praia rochosa é um dos ícones da cidade do Funchal, tanto para os turistas que deambulam pela zona velha, como para os residentes que “procuram a tranquilidade para um serão mais pacato”, revela Carlos Jardim, responsável da Frente Mar Funchal, empresa que faz a gestão do espaço.
Inaugurada oficialmente no ano de 1940, a encosta na qual fica situada o complexo encontra-se pintada de azul, “como se de um prolongamento do mar se tratasse”. Ao longo dos anos, o complexo evolui como um verdadeiro ponto comum da cidade, com os domingos a serem sinónimo de “formigueiro humano”.
Com uma ampla área de solário, a Barreirinha tem diversos acessos ao mar, mas um é especial. Trata-se de uma pequena zona de calhau rolado que confere ao espaço “um carácter muito especial”.
Mas não só de praia viveu, e vive, a Barreirinha. “Há muitos anos era associada aos arraiais típicos madeirenses”, sendo procurada “para festas populares pela sua localização à beira-mar”, conta Carlos Jardim. Hoje em dia, o desporto e a cultura fazem também parte do complexo.
No primeiro, provas de natação, canoagem e regatas são alguns dos exemplos do que é praticado nas suas águas. Já do ponto de vista cultural, são já algumas as organizações que escolhem o palco da Barreirinha para os seus eventos, como é o caso do Festival Aleste, que decorreu no passado mês de maio.
A razão desta filiação é simples. A proximidade ao mar aparece como o principal fator para a escolha do complexo para este tipo de eventos, “animados ao som de boa música e com a maresia como aroma envolvente”, sempre com o objetivo de proporcionar “excelentes momentos de lazer e diversão” a todos os que visitam o espaço, afirma Carlos Jardim.
Cada complexo gerido pela Frente Mar Funchal distingue-se pelas suas particularidades e o da Barreirinha não é diferente. A localização faz com que seja um sítio especial, já que é um dos poucos acessos ao mar na zona leste da cidade. O outro é a vizinha Praia de São Tiago.
O caminho até à entrada principal faz-se pela mais antiga rua da cidade, a de Santa Maria, com as portas coloridas, de um lado e de outro da estrada, a anteciparem mais um dia de praia. Antes de descer para a praia é possível desfrutar da vista sobre o complexo através do miradouro do socorro. Uma vez no complexo, pode aproveitar para apreciar o movimento de entrada e saída de embarcações no Porto do Funchal.