A Calheta é cada vez mais destino de lazer para madeirenses e visitantes que procuram os acessos ao mar, o clima e a Natureza.
Quando hoje se fala em animação e lazer, em actividades ligadas ao mar e à montanha, em férias activas e desportos radicais, o nome Calheta surge sempre nas conversas. O concelho mais a Oeste da Madeira tem uma costa abençoada por um óptimo clima e tem vindo a afirmar-se como um polo no conjunto das opções que a Madeira oferece.
A razão para este crescimento em notoriedade e procura resulta de uma combinação entre factores naturais, aposta das entidades públicas e iniciativa de vários empresários e empreendedores. A Calheta é hoje procurada por madeirenses e visitantes, sendo mesmo uma capital do lazer e das actividades ao ar livre, destinadas a público de todas as idades. Não faltam opções como o surf, o stand up paddle, o mergulho, a observação de cetáceos, os passeios de bicicleta, o parapente, entre muitos outros exemplos.
Uma outra actividade é os passeios a pé. Existem vários trilhos, distribuídos pelas zonas altas de todo o concelho, como a Fajã da Ovelha ou os Prazeres. Na zona do Rabaçal, por exemplo, há um conjunto de percursos que estão entre os mais procurados da Madeira, como as 25 Fontes, o Risco, ou a Lagoa do Vento.
Além da montanha a relação com o mar é uma imagem forte de toda a costa Oeste. As escarpas são uma oportunidade para vistas fabulosas e nas localidades mais junto ao mar, como o Jardim do Mar, o Paúl do Mar ou a Vila da Calheta existem pequenas praias e acessos, com o oceano a perder de vista.
Na vila, a praia de areia foi construída, mas é destino de muitas famílias, pela facilidade de acesso ao mar. É também aqui que existe o Porto de Recreio, onde operam empresas que se dedicam à observação de cetáceos ou à pesca grossa, ou ainda a simples passeios junto à costa. Na vila há também um hotel e outro em construção com abertura prevista para 2015.
Feitas as contas são 1.016 camas hoteleiras e mais 842 camas em alojamento local muito procurado por quem pretende usufruir das vistas, do clima, do ambiente genuíno da paisagem e ao mesmo tempo fugir às grandes cidades da Europa.
A oferta turística do conjunto das freguesias da Calheta é uma realidade curiosa, pois apresenta hotéis de estilo mais convencional e outros com temáticas como surf ou Natureza e ainda um grande leque de opções em tipo e estilos de alojamento local. Outro dado importante é que algumas destas unidades são investimentos de cidadãos estrangeiros, como os hotéis Átrio e Quinta Alegre no Estreito da Calheta.
A procura pelos estrangeiros como local de residência tem vindo a ganhar destaque. É difícil dizer quantos dos cerca de 11 mil residentes do concelho são estrangeiros, mas a percepção geral é que o número tem vindo a aumentar. Há mesmo alguns sítios como o Pombal, na freguesia do Arco da Calheta, em que a maioria dos residentes não têm nacionalidade portuguesa. Uns são residentes ocasionais e outros vivem na Madeira todo o ano.
Esta procura tem tido reflexos no mercado imobiliário. O Presidente da Câmara, Carlos Teles, explica que a recuperação de casas antigas tem estado a crescer. Cada vez mais a autarquia recebe pedidos de licenças para recuperação de imóveis. Em todos esses casos tem havido a preocupação para não descaracterizar a paisagem rural e agrícola. Esta recuperação não é só feita por estrangeiros, pois muitos madeirenses possuem moradias de férias na Calheta, algumas são antigas casas de família.
Mas o concelho quer também apostar no património e na cultura. A Calheta é uma das localidades mais antigas da Madeira. É vila desde 1502 e sempre foi uma zona rica em agricultura e poder económico, com um clima que favorece a produção.
A aposta em valorizar a História e tradição passa por eventos mensais, em todo o concelho, que a Câmara está a implementar. Além disso é na Calheta que estão dois dos principais ícones actuais da cultura: Um deles é o Centro das Artes, obra premiada da arquitectura, que é um centro exposições e espectáculos, por onde tem passado uma notável programação de nível internacional; outro é a Galeria de Arte dos Prazeres por já passaram obras de grandes artistas internacionais.
Na diversão nocturna e como destino balnear, o Paúl do Mar é cada vez mais um local a ter em conta. Nadar nas águas límpidas do oceano, ou apreciar um Mojito, ou uma Caipirinha, associados a um ambiente com música e características muito informais são o conceito do Maktub, uma iniciativa privada que se tornou um ponto de referência da noite e do dia no concelho e uma razão suficiente para uma visita àquela freguesia de origem piscatória.
No extremo Oeste da ilha está a Ponta do Pargo, um pequeno paraíso onde vivem algumas centenas e onde a paisagem é dominada por um farol no topo de uma falésia.
Ao contrário de grande parte do concelho, servido com modernas e rápidas vias de acesso, a ida para a Ponta do Pargo ainda se faz por uma antiga e sinuosa estrada regional. O percurso é bonito, mas o tempo de viagem afasta alguma procura. Por isso o presidente da Câmara da Calheta, confessa à Essential que gostaria de ver a Via Expresso prolongada até à Ponta do Pargo, para que a proximidade seja maior.
Com a paisagem dominada por encostas abruptas a Calheta é uma riviera. Mas a noção romântica de uma riviera remete para charme e glamour. É certo que aqui não há o luxo dos iates e casinos da Riviera Francesa, mas há o luxo de uma relação intensa com o mar e com a montanha e a tranquilidade que se compara ao paraíso